sábado, 30 de janeiro de 2010


cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. gostar é essa besta desenfreada mesmo, e não tem pensar! e arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. eu gosto de você porque gostar NÃO faz sentido...
permita-se. se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em francês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. permita-se. porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. e mata tudo que há em volta. e explode os relógios. e chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento, porque você morre. se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.
eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais. eu não queria ir embora e esperar o dia seguinte porque cansei dessa gente que manda ter mais calma e me diz que sempre tem outro dia. e me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. e me diz que eu preciso de uma camisa de força. se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo, se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilíbrio. se você puder ser alguém de quem se espera algo, permita-se. afinal, é uma grande mentira viver sozinho.

eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.
farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas.às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. é uma forma de paz.
a hora da saudade, da tristeza, do desamparo, é com ele que contamos: o tempo. queremos dormir e acordar dez anos depois curados daquela idéia fixa que se instalou no peito, aquela obsessão por alguém que já partiu de nossas vidas. No entanto, tudo o que nos invadiu com intensidade, tudo o que foi realmente verdadeiro e vivenciado profundamente não passa. fica. acomoda-se dentro da gente e de vez em quando cutuca, se mexe, nos faz lembrar da sua existência. o grande segredo é não se estressar com este inquilino incômodo, deixá-lo em paz no quartinho dos fundos e abrir espaço na casa para outros acontecimentos.
hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. 


hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na minha vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

eu tenho asas que somente mostro para quem faz a diferença na minha vida. gosto do que me faz perder todo o fôlego, o quase impossível, do meu improvável, do que é escondido, e ainda mais do que é PROIBIDO. tenho como melhor amiga, a preguiça, e como namorado, o sono. sou alguém super esquecida, pena que algumas coisas muito ruins demoro mais tempo para esquecer. com certeza eu sou a pessoa mais indecisa desse universo, com CERTEZA! não consigo esconder meus sentimentos, até queria.. na maioria delas você vê o brilho do meu olhar e o meu sorriso de alegria. quando me apaixono, me apaixono de VERDADE e não me entrego pela metade, pode ter certeza que esse é um dos meus maiores erros, porque depois fico com um aperto no coração. quer um desafio? tente fazer eu gostar de você! sério... tenta!
eu mudo de humor conforme a lua, e as vezes conforme o horário. me irrito MUITO muito muito fácil, mas fico feliz por coisas simples e bestas. ah! eu ia me esquecendo de avisar eu sempre cometo o mesmo erro. não é burrice, nem idiotice... somente o MESMO ERRO.

sábado, 16 de janeiro de 2010


você sabe de quem eu estou falando... ela chega, cumprimenta, tem um jeito engraçado de cruzar as pernas, usa aqueles sapatos. quando tira os óculos, você observa um tanto mais e tem a impressão de que a conhece de algum outro lugar, uma amiga de infância talvez, ou quem sabe a mocinha do filme antigo, aquela. você não grava os nomes.
se reparar bem, verá que os olhos são bonitos, de um formato que você nunca viu igual em outros rostos. talvez não combinem com o nariz, que não é feio, porém foge um pouco do contexto proposto pelos olhos, e digamos que a boca, que não é feia, tornou-se apenas sem graça perto de um par de olhos muito bonitos e um nariz despropositado.
em casos leves, você pensaria 'ela é quase bonita'. em casos com certa gravidade, você diria 'ela tem um tipo bastante especial'. se fosse feia, você não estaria aí pensando nela ou observando seu modo de cruzar as pernas. ela é bonita, mas tem aquele jeito de rir, meio polêmico, e aquela maneira de andar, rápido demais, e quem sabe se não tivesse essa mania de esconder os próprios olhos atrás de tão estranhos óculos.
você sabe muito bem de quem eu estou falando. pensa que eu não sei? acordou todos esses dias, sentiu-se solitário, frágil. tropeçou diversas vezes em objetos variados, esqueceu alguma coisa muito importante e sentiu falta de alguém pra esquentar suas mãos. as garotas que você conhece são amigas demais ou pretendentes demais e você quer alguém distante, que te olhe de uma forma bem particular, te deixe confortável, contente, triste. de preferência alguém a quem você ainda não ame para poder falar abertamente sobre sua teoria de amor latente, amor que já habita algum determinado espaço e apenas não foi direcionado a algum alvo específico. amor que já existe e você não encontra alguém com quem dividir.
poderia ser essa menina, se ela não roesse as unhas. se ela não tingisse o cabelo dessa cor. se você tivesse coragem. e se não te assustasse tanto o fato de que ela se parece demais com o seu mundo... meio bonito. meio antiquado. meia estação

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010



eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. e espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. eu só queria ser legal, ser boa, ser leve... mas dá realmente pra ser assim?